Lula: ‘O que é bom para o Brasil é bom para o Brasil’
Presidente critica declaração de Obama sobre EUA serem referência para o mundo
Brasília - O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva criticou a posição do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que, durante visita a Nova Delhi, na Índia, justificou a política cambial americana, afirmando que “o que é bom para os Estados Unidos é bom também para o restante do mundo”. A afirmação de Lula foi durante um jantar em Maputo, Moçambique, última escala antes do encontro do G-20, em Seul, na Coreia do Sul, onde a presidenta eleita, Dilma Rousseff também vai estar.Lula disse que não gostou da frase e que seria mais soberano se Obama justificasse as medidas de seu governo, dizendo que são boas apenas para os americanos. “A verdade é que o que é bom para os Estados Unidos é bom para os Estados Unidos e o que é bom para o Brasil é bom para o Brasil. Se a gente entender assim, melhor, mais claro, e mais soberano será o comportamento de cada país”, declarou.
Antes de viajar ao exterior, Lula já havia criticado a política cambial praticada pelos Estados Unidos e pela China, e as medidas do governo Obama de desvalorização do dólar como forma de enfrentar a crise econômica. O presidente também avisou: “Vou ao G-20 brigar contra a guerra cambia.”
Ontem, Lula também afirmou que a declaração de apoio de Obama às pretensões da Índia de ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) não atrapalha a ambição do Brasil de também ocupar uma vaga no órgão. O Conselho de Segurança é composto por 15 membros, sendo 10 rotativos e cinco permanentes e com poder de veto —Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, China e Rússia.
Ao discursar no palácio do governo moçambicano, o presidente Lula disse que não sentiu seus oito anos de governo passarem. “Se o governo vai mal, oito anos é um sacrifício. O presidente não dorme, não come, não fala com a imprensa, não anda na rua, e sequer faz comício”, afirmou. Lula viajou à África para inaugurar uma universidade pública, fruto de uma parceria entre Brasil e Moçambique, e para pedir a agilização da implantação de uma fábrica de remédios de combate à Aids.
Lula também defendeu o reajuste dos salários do Executivo e do Legislativo, argumentando que o fim da legislatura é o momento certo para aprovar o aumento. O assunto está em discussão no Congresso.
Pauta: política econômica
O rumo da política econômica brasileira foi o assunto que dominou a conversa entre a presidenta eleita, Dilma Rousseff, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nas 12 horas entre São Paulo e Frankfurt (Alemanha), primeira escala do voo comercial em direção a Seul, na Coreia do Sul.
Em tom de cochicho, Dilma recebeu de Mantega subsídios para o encontro que ela terá como convidada especial do G-20. Ela dormiu boa parte do trajeto, e enquanto esperava a conexão para Seul, passeou pelo Free Shop de Frankfurt, em companhia do embaixador do Brasil na Alemanha, Ewerton Vargas. Ela pagou 85 euros por um boneco de madeira, típico da Alemanha, presente para o neto Gabriel.
Durante o voo, Dilma dispensou o jantar e comeu frutas: uva, melão e kiwi. Ela bebeu água e, antes de desembarcar, um café simples. Dilma e Mantega ocuparam duas das quatro poltronas da primeira classe do avião.
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